sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O dilema da visibilidade midiática

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A publicidade e a beleza mercantil

Conforme Ortiz (2005), inúmeros universos simbólicos ordenam a história dos homens. Podemos, com isso, afirmar que a publicidade é um universo simbólico, "uma memória que é partilhada pelos indivíduos que compõem a coletividade" (ORTIZ, 2005, p.135).

As imagens possuem função epistêmica, função simbólica, que dá acesso a um significado e a uma estética, produzindo assim, sensações e emoções no espectador, que reconhece um signo "veiculado pela escola e pela mídia, sem conhecê-lo propriamente" (ORTIZ, 2006, p. 187).

Hoje o ideal a ser seguido é o do corpo (magro e malhado, barriga "seca", coxas definidas e duras e seios firmes) apresentado e consolidado pela publicidade através das inúmeras ferramentas da mídia. As normas estéticas fizeram da mulher uma "escrava" da beleza, assim os produtos de beleza fornecem a solução para um corpo fragmentado, propiciando elementos para inspirar um tipo de "mulher ornamental" (FREYRE, 1986, p.43).

O século XXI traz a obsessão por ser magra, por ter um corpo musculoso, perfeito, isento de qualquer descuido ou preguiça. A mulher deve ter um corpo plasticamente perfeito, à prova de velhice, um corpo que se torne, cada vez mais, um objeto de design. Assim, submete a mulher a uma ditadura consumista, cujo intuito, por vezes instiga as angústias do tempo ou mesmo ressaltando a mulher de maneira superficial e estereotipada.

A publicidade "dita" a sociedade de consumo, a beleza é mercantil, e o exemplo a ser seguido está nas representações das propagandas bombardeadas por todos os lados, através de produtos de beleza e saúde. Seguir esses padrões pode ser perigoso e até geram constrangimentos, como os inúmeros casos de anorexia ocorridos com modelos, sem contar os casos de preconceito gerados por essa exigência de um corpo esbelto e dentro de um padrão publicitário.

Segundo Lipovestsky a publicidade pode ser uma máquina destruidora das diferenças individuais e étnicas, poder de uniformização e de conformismo, instrumento de sujeição das mulheres às normas da aparência e da sedução, de todos os lados jorram críticas contra a publicidade na superfície leviana, impõe a supremacia dos cânones estéticos ocidentais.

O ser humano é o centro de si mesmo?

Desde o período em que viveu Socrátes até hoje, este é um questionamento constante que nos remete várias implicações. A partir do momento que o místico se separou da razão, por anos essa foi a linha de pensamento dos filósofos, até o momento da crise da razão o homem passou a ser o objeto de estudos, em virtude dos seus valores adquiridos e suas experiências vividas ele se tornou o centro de si.

Durante longos anos o homem dava explicação sobrenatural, a tudo aquilo que ele próprio não conseguia explicar, era o período místico. Com a difusão deste pensamento aos poucos foi surgindo a razão, da qual respondia a essas mesmas perguntas de forma racional, ao lado da razão outro pensamento forte o positivismo e o marxismo que vieram juntos com a economia e sociologia, estas linhas de pensamento, não tinha o homem como ser existente, mas como abstração, reduzido ao conhecimento objetivo, a existência, para Kierkegaard é "permeado de contradições que a razão é incapaz de solucionar", com esses pensamentos é que surge a nova linha de pensamento na qual o homem está acima de tudo.

A partir de um certo momento na história a razão é questionada, e criticada , o homem é obrigatoriamente estudado como o centro de si mesmo, ou seja, todas as explicações até sobrenaturais elas são explicadas através do próprio homem. "O conhecimento não passa de interpretação, de atribuição de sentidos, sem jamais ser uma explicação da realidade", disse Nietzsche explicando a alteração do papel da filosofia. Segundo o autor, as explicações são dadas através dos valores que cada ser humano adquire durante o percurso de sua vida.

Hoje se volta novamente há um período distante de nossa história, muito se procura acabar com a religião que é hoje o fator mítico, como tudo na vida um papel bom e um ruim. O bom é que consegue controlar muitos problemas, como uma violência maior, em virtude das pessoas acreditarem em serem julgados por um ser divino no futuro. O lado ruim é acreditar que por causa do capitalismo diferenciado, as religiões se tornaram fonte de renda para muitos aproveitadores. As pessoas volta e meia estão indo atrás na história e buscando explicações para os mistérios que não conseguem decifrar. Isso parte do pressuposto que não conseguimos encontrar explicações plausíveis aos mistérios que nos circundam.


 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A filosofia é filha da cidade

A partir do momento que a razão começou a se difundir na história da humanidade, alguns fatores foram preponderantes para que a "faísca" da filosofia emergisse, entre elas: a invenção da escrita, da moeda e da cidade.
Os fenícios influenciam o ressurgimento da escrita que existia no período da Grécia micênica, ela agora assumia o papel separado das preocupações religiosas escribas. Como os valores religiosos eram inquestionáveis, os escritos passam a ter uma disponibilidade maior sendo divulgados em praça pública, assim sujeito a discussão e a crítica. A escrita então gera uma nova mentalidade, pois exige de quem escreve uma postura diferenciada de quem apenas fala, necessitando uma maior clareza e rigor.
O surgimento da moeda por volta do século VII a.c, também foi outro fator de peso para o desenvolvimento da filosofia, pois com a mesma os produtos passam a ter valor de troca, transformando-se em mercadoria, revertendo seus benefícios para a própria comunidade. Esse efeito de democratização de um valor, acaba remetendo a moeda a sobrepor aso símbolos sagrados e afetivos o caráter racional de sua concepção. Essa convenção humana, dava medida comum a valores diferentes vinculando o nascimento do pensamento racional crítico.
Outro fator importante foi o nascimento da pólis. Com o surgimento da lei escrita de uma dimensão mais humana desvinculada da interpretação da vontade divina ou de acordo com as mazelas dos reis, é difundida uma sociedade que não tem mais a organização tribal, expressando o ideal de igualdade preparando a democracia que estava surgindo.
As cidades trazem a autonomia da palavra, sem a mágica mitíca, e sim com o conflito, a discussão, argumentação humana, esses debates fazem nascer a política, permitindo ao homem tecer seu destino na esfera pública. Sendo assim, surge o cidadão da pólis figura inexistente até aquele momento da história.
Esse rompimento com as doutrinas mitícas inquestionáveis, a dessacralização com o sagrado, fizeram surgir a filosofia. A partir desse momento a filosofia surgiu, dando um caráter mais humano a todos os fatores, questionando o que era fixo, rejeitando o sobrenatural e interferências mitícas na explicação dos fenômenos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Onde está nossa dívida social?

Onde está nossa dívida social

O que vejo de propostas para nossa cidade não é o esperado por todos; ou pela maioria. Pelo menos é o que acompanho em pequenas pesquisas nos grupos de amigos moradores de Neves. Talvez não só pela certeza consolidada de mais complexos de penitenciárias pra cá, mas também pelo descaso estatal e a inércia das dívidas sociais que ainda não se consolidaram por aqui.

Entra ano, sai ano, muda governo e o que vejo de mudança, talvez não caiba em grão de areia. Ainda acredito que irão se vangloriar e fazer como "Pôncio Pilatos" na próxima eleição.

O descaso se torna real ao vermos projetos estatais, como a "Cidade Administrativa" sair do papel e ser construída como se fosse o "Muro de Berlim". Exagero meu, é obvio, mas projetos faraônicos para estrangeiro sair do aeroporto de Confins e admirar.

A Copa de 2014 vem aí e o meu temor são os "elefantes brancos" que virão de herança para Belo Horizonte. É inegável que trará progressos para muitas cidades, mas e Neves? Quais os planos para nossa cidade?

Enquanto nenhum planejamento é feito, a Rodovia LMG06 não saiu do papel e o CEFET ou a Universidade viraram lendas. Dessa forma, volto cobrar, onde está a quitação de nossa dívida social? Gostaria de um mínimo em reparação, um asfalto decente que seja, um transporte digno talvez, ou poder trabalhar dentro da minha cidade e contribuir pra o crescimento da mesma. Será que é pedir demais?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sarney, o nosso Mubarak

Sarney foi reeleito presidente do senado, escolhido em votação secreta no Plenário, logo após a cerimônia de posse dos 34 novos eleitos e os 17 que foram reeleitos no senado. Sarney ocupará o cargo pela 4ª vez, com 80 anos, o senador do PMDB afirmou em entrevista a Revista Carta Capital: "Sem dúvida, é o meu último mandato, não concorrei mais".

Analisando o que acontece com nossa política interna, como a reeleição de Sarney ao senado e própria presidência, verifico como há inúmeros remanescentes de uma política ultrapassada. Sarney é um resto de "coronelismo" que perdura em nosso cotidiano, é uma "doença" política que insiste em nos seguir. A Ditadura acabou, mas o coronelismo não.

Sarney foi reeleito presidente do senado, graças as manipulações políticas e trocas de favores entre partidos, para se ter uma ideia dos 81 votos, apenas 8 foram para Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) que era o único concorrente de Sarney, 2 votos brancos e 1 nulo, o restante foi para o excelentíssimo senador.

Vou usar uma palavra da minha professora Cássia Torres, "Preguiça", este é meu sentimento em relação a política brasileira. Uma política que faz acordos visando o benefício próprio dos políticos, com suas trocas de favores, me faz lembrar a Lei Satânica de Hobbes: "o Estado cria leis para beneficiar o próprio Estado". Assim é nossa política local, atrasada que ainda guarda resquícios de um período colonial, do coronelismo e das capitanias hereditárias.

Trago a tona este tema, pelo seguinte mérito, o Presidente do Senado é crucial em nosso cenário político, cabe a ele:

- Dirigir a mesa diretora do Senado e definir a "ordem do dia" das sessões deliberativas;
- É o presidente do Senado quem convoca e preside as sessões do Congresso que reúnem os 513 deputados e os 81 senadores;
- Preside sessões, como a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), do Orçamento Geral da União e da análise de vetos presidenciais.

Por esta razão, sinto falta no brasileiro do ímpeto que vejo nos dias atuais no Egito. Mas continuamos com a inércia do país do carnaval e do futebol, que aceita de "boca fechada" (com raras exceções) qualquer decisão tomada por nossos governantes.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A Mercantilização da arte

A indústria cultural foi o termo enfatizado por dois pensadores alemãos, Theodor Adorno e Max Horkheimer, no período conhecido como Escola de Frankfurt ou Teoria Crítica. Segundo os autores, após a Revolução Industrial ocorrida no final do século XIX e início do século XX, os meios de produção em larga escala, o desenvolvimento da imprensa e dos meios de comunicação mais abrangentes como jornal, rádio e cinema; alteraram bruscamente a vida dos indivíduos.


A arte deixou de ser produto de inspiração e se tornou atividade mercantil, a burguesia era a nova classe emergente e detentora dos maiores meios de comunicação e utilizava da indústria cultural para impor seus ideias, tendo em vista que esta cultura estava intrisecamente ligada ao modo capitalista e financeiro, ou seja, quem patrocinava a cultura era (e ainda é) a classe emergente (hoje burguesia), sobrepondo assim à cultura popular.


As afirmações acima foram inseridas para discutir a seguinte questão: até os dias atuais reflete estes pensamentos debatidos pelos pensadores alemães, haja vista a produção fonográfica atual, ou cinema e os rádios. Vendem produtos pasteurizados por um mundo globalizado, com um fim de lucratividade e não com intenção de transmitir mensagens críticas.


Parem e reflitam um pouco, que música atual veiculada pelos grandes meios de comunicação de
massa te intriga? Gera alguma discussão ou te faz reflitir sobre o mundo atual? Reparem nos programas (salvo raras exceções), eles algum dia te fizeram questionar o sistema político ou social? Se fizeram, tinham algum fim partidário, com certeza.


No cinema, verifique a maioria dos filmes (principalmente hollywoodianos), os Estados Unidos sempre salva o mundo, os terroristas são muçulmanos e o filme encerra satisfazendo o desejo do receptor, acostumado ao final feliz. É claro, que há inúmeras exceções e cabe ao receptor ter condições de filtrar todas as questões. Mas imaginem uma população desinformada e com pouca cultura que desenvolve suas opiniões através de novelas, filmes, jornais "enlatados" e programas.

A comunicação e a publicidade contribuem para formar cidadãos cada vez mais atrelados ao pensamento "burguês", dentro do pensamento iluminista que somos livres e iguais para consumir seus produtos. Volto a ressaltar ADORNO (1947): " A indústria cultural impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente, seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de bens considerados culturais".


ENTÃO VIVA A CULTURA POPULAR!


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: ADORNO, Theodor. HORKHEIMER, Max. A dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1946.

No quintal de Mariana

No Natal, conheci uma parte de Mariana que desconhecia. Conheci uma favela, parece estranho não é? Mas na época de colégio quando fazemos aquelas visitas com os quais os professores nos mostram a beleza dos casarões históricos e das igrejas do período de colonização, eles nunca me levaram na parte que continua a escravizar sua população.
Passei alguns dias na periferia, as ruas são estreitas (como toda a cidade de Mariana), mas o que chama a atenção é o número de pessoas negras dentro do local, talvez ai uma marca histórica. Os escravos ganharam a liberdade mas foram jogados para as redondezas da cidade, e ali se estabeleceram.

Outro fato interessante é que a polícia fica na entrada do bairro o dia inteiro, e faz rondas de hora em hora pelo local. Não quero ser pessimista, mas vai outro questionamento: Será que não é pra manter a ordem da cidade e não espantar de lá os turistas? Manter a ordem e esconder do povo a verdade que ninguém conhece, que a escravidão mudou de face e segue impunimente.


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Brasil com P

Pesquisa publicada prova,
Preferencialmente preto, pobre, prostituta pra polícia prender
Pare, pense, por quê?
Prossigo
Pelas periferias praticam perversidades parceiros, PM's
Pelos palanques políticos prometem prometem
Pura palhaçada
Proveito próprio, praias programas piscinas palmas
Pra periferia: Pânico pólvora pa pa pa...
Primeira página
Preço pago: Pescoço, peitos, pulmões, perfurados.
Parece pouco...

Pedro Paulo
Profissão Pedreiro
Passatempo predileto, pandeiro, pandeiro parceiro
Preso portando pó, passou pelos piores pesadelos
Presídios porões problemas pessoais,
Psicológicos, perdeu parceiros, passado, presente
Pais, parentes, principais pertences.

PC
Político privilegiado preso parecia piada
Pagou propina pro plantão policial
Passou pela porta principal
Posso parecer psicopata
Pivô pra perseguição
Prevejo populares portando pistolas
Pronunciando palavrões
Promotores públicos pedindo prisões
Pecado!
Pena prisão perpétua
Palavras pronunciadas pelo Poeta periferia...

Este é o trecho da música, Brasil com P, do rapper GOG, considerado pelo público do Rap como o Poeta, isto é apenas uma demonstração de que realmente ele é um poeta. Salve GOG!

Música do CD, Cartão Postal Bomba de 2009, gravado ao vivo com participação de nada mais que Maria Rita.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

1º Observatório de Cultura em Neves

Foi no sábado chuvoso do dia 15 de janeiro de 2011, que cerca de 20 pessoas das mais diversas áreas, se reuniram para debater a Cultura em nossa cidade, bem como as formas de inserir a mesma no nosso dia a dia. Cientes desta necessidade o encontro correu um risco até de não acontecer, em virtude do tempo ruim, mas graças a vontade maior de todos os amantes da arte e de Neves, o encontro fluiu muito bem.
Passava das 16 horas e aos poucos foram chegando os integrantes do observatório de cultura, cada um ao seu jeito, de carro ou a pé, teve gente que saiu de muito longe. Cada um com sua ideologia estampada nas camisas ou mesmo no diálogo.

Era 19 horas e os temas que deveríamos debater não terminavam, haja visto o tema amplo em nossa pauta, mas o que de sucinto ficou decidido:

- Faremos encontros mensais, sempre no fim de cada mês;

- Seremos um grupo de trocas, cada qual contribuindo com a ação do outro, tendo em vista que cada um tem seu próprio projeto;

Quem produz arte, ama a Cultura ou apenas quer que nossa cidade mude o status de cidade dormitório, cadastre-se no blog e participe das próximas reuniões:


http://www.coletivosemifusa.blogspot.com/

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Vem aí, mais um BBB

Todo ano que inicia, traz consigo na programação da Rede Globo de TV um Big Brother Brasil, aproveitando a ociosidade dos programas habituais. Esta é a 11ª Edição do programa e a fórmula pasteurizada de todos os reality's show's, algumas pessoas enclausuradas dentro de uma casa e quem ficar até o final ganha o grande prêmio.

Estava verificando os participantes deste ano e como os anos anteriores as pessoas seguem o padrão do culto ao corpo e pouca inteligência, escolhidas a dedo pelos expert's em comportamento humano, pessoas bem heterogêneas para causar as brigas que alavancam a audiência do reality show.

O intuito das pessoas dentro da casa é provocar no telespectador um carisma por ele, geralmente esse carisma acompanhado de um belo corpo é a fórmula pronta pra ganhar o prêmio.

Assim como todo ano, os BBB's que não ganharem prêmio se tornarão celebridades efêmeras, posarão para revistas, serão convidados para festas diversas, se elegerão em alguma eleição ou até consigam um trabalho na poderosa Rede Globo.

O fato que em 10 anos deste programa não acrescentou em nada para a cultura brasileira, não foi formado lá nenhum Chico Buarque ou Miltom Nascimento, nem mesmo um novo Carlos Drummond. Apenas quem ganha é os participantes e a própria Globo, que utiliza o programa para sair do vermelho, através de inúmeros "merchandising" e ligações das pessoas que se dispõe a perder seu tempo ligando para votar em alguém.

Inutilidade pública, bem característica da TV brasileira que há anos vem entulhando lixo nos telespectadores, na maioria passivos de uma alienação subliminar que J.B. Thompson (2001) chama de "Poder simbólico". Segundo Thompson, "o poder simbólico transita entre as pessoas de diferentes esferas sociais indicando opiniões e modelos políticos", assim nos tornam cada vez mais ignorantes e sem opinião própria.

A partir daí lhes dou uma dica, desinterrando uma antiga propaganda da MTV: DESLIGUE A TV E VAI LER UM LIVRO!

Referência bibliográfica: THOMPSON, John B. A mídia e a modernidade: Uma teoria social da mídia. Editora Vozes: Petropólis, 1998, p.261.

Fonte de dados: http://www.g1.com.br/


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O Furto de energia

Segundo reportagem feita pelo jornal O Tempo neste último 06 de janeiro de 2011, a maior parte dos roubos de energia é feita pelos ricos e pessoas de classe média. Conforme reportagem, o gerente de Gestão e Controle de Perdas da Cemig, Luiz Renato Fraga Rios, aponta que, embora 54% dos "gatos" tenham sido detectados em áreas de baixa renda, o maior volume de energia é furtada pelos consumidores de classe média e alta que residem em casas de luxo e pelo comércio ou mesmo indústrias.

Ainda conforme reportagem, 63% das irregularidades foram registradas no vetor Norte de Belo Horizonte, que compreende Venda Nova, Norte, Nordeste e Pampulha. "A cada dez inspeções, são encontradas sete irregularidades, segundo Rios. A Cemig considera o quadro crítico e promete aumentar a fiscalização. A empresa desenvolveu um mapa de diagnóstico e conta com softwares especializados para fazerem este rastreamento.

Embora as taxas da Cemig em Minas Gerais ainda sejam abusivas, ninguém está certo nesta história. Tanto os "gatos" quanto os ratos ricos estão furtando energia. Adivinham quem vai pagar o "pato" no final da história? Não serão as empresas nem os ricos disso não dúvido.

Fonte: Jornal O Tempo, dia 06 de janeiro de 2011, Caderno Cidades, p.32.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Vizinhos sem diálogo

O Estado de Minas divulgou neste último dia 3 de janeiro, um estudo que mostra que a falta de uma maior integração entre as prefeituras vizinhas da Região Metropolitana, causa sérios danos aos moradores. Providências que poderiam ser tomadas apenas se os Prefeitos das respectivas cidades sentassem por algumas horas e discutissem os problemas. Veja alguns problemas ressaltados pela reportagem:

RIBEIRÃO DAS NEVES

- Ocupação desordenada devido ao grande fluxo migratório, cabe ressaltar que com a construção de mais uma cadeia, esta ocupação irá aumentar,
- Indefinição com relação aos limites de cada município gera problemas de tributação, de atendimentos nos postos de sáude e insegurança,
- Transporte coletivo que liga BH a Neves, operado pelo DER (Departamento de Estradas e Rodagem), é mais caro e escasso,
- Transporte Escolar de Neves não pode buscar estudantes em bairros vizinhos de BH,
- Água pluvial de BH vai para Neves,
- Bota-foras clandestinos de empresas de BH,
- Comerciantes pagam imposto em BH, mas atuam em Neves.

CONTAGEM

- Indefinição de limite geográfico,
- Ausência de integração dos sistema de transporte público,
- Ausência de unidades estaduais de saúde gera indefinição com relação ao Programa Saúde da Família,
- Falta clareza com relação às responsabilidades de cada município quanto ao saneamento e drenagem.

VESPASIANO

- Leis de uso e ocupação do solo diferentes dificultam tratamento de impactos gerados pelos empreendimentos que os dois municípios.

IBIRITÉ

- Indefinição de limites gera problemas como a prestação de serviços públicos, fiscalização e cobrança de tributos.

SANTA LUZIA

- Desconhecimento dos impactos gerados pelo projeto do Isidoro, última fronteira verde de BH, que receberá projeto de urbanização para 74 mil unidades habitacionais,
- Resíduos da construção civil de BH.

NOVA LIMA

- Dependência da população com relação a BH,
- Estrangulamento do sistema viário no entroncamento da BR-356 com a MG-030,
- Crescimento do setor imobiliário no Vetor Sul, sobretudo dos empreendimentos voltados à classe alta,
- Crescimento da população em torno do BH Shopping, empreendimento de grande capacidade de atração de pessoas e veículos.

SABARÁ

- Melhoria do Programa de Saúde da Família depende da articulação de ações conjuntas com BH,
- Aterro sanitário em Sabará recebe lixo de vários municípios e gera transtornos, como derramamento de material no trajeto, bota-foras, entre outros,
- Construções desordenadas,
- Necessidade de integração do transporte com a Estação da Avenida José Cândido da Silveira,
- Pavimentação entre os municípios é ruim no período das chuvas, Sabará sofre com o aumento da vazão do Ribeirão Arrudas.

Enfim, o estudo comprova a falta de compromisso das prefeituras com os seus habitantes e acima de tudo, com seu vizinho. Compromisso este que se pode resolver apenas com reuniões simples e pactos de acordo.

Fonte de dados: Estado de Minas, dia 03 de janeiro de 2011, Caderno Gerais p.17.
O estudo foi realizado pela Agência de Desenvolvimento da RMBH ao Programa Polos de Cidadania da UFMG.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Jovens demais para morrer

Seria cômico e redundante se não fosse trágico, mas Ribeirão das Neves é a 1ª colocada em Minas Gerais, em indíce de homicídios entre jovens de 12 a 18 anos de idade. Estes dados foram divulgados no dia 8 de Dezembro de 2010, o IHA (Índice de Homicídios na adolescência) avalia o risco de morte para adolescentes em municípios urbanos e é desenvolvida pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Observatório das Favelas, em parceria com o Laboratório de Análise de Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV - Uerj).

Constatação de uma rotina vivenciada por todos que moram nesta cidade sofrida, que têm deficiências sociais que se tornaram um "Câncer" que retardaram o crescimento da mesma.

Culpa talvez de um processo histórico cruel, permeado por governos corruptos e sanguessugas, cadeias, marginalização de pessoas residentes das áreas mais pobres e falta de recursos para educar de forma efetiva a maior parte da sociedade residente na cidade. Em comunhão com a falta de políticas sociais que enfatizem a importância da cidadania, além da escassez da contribuição da sociedade privada Nevense, ainda provinciana e com administrações ultrapassadas, que não tomam atitudes de responsabilidade social, como ocorre em muitos casos em Belo Horizonte. Haja visto eventos culturais patrocinados pela: Vivo, Oi, Tim e Claro. Outras empresas tomam atitudes como a preservação de aréas da cidade, como a Vale faz com a Praça da Liberdade.

Enfim, estes dados apenas comprovam a verdade vivida por quem mora em Neves. Quem não teve um vizinho menor de 18 anos que tenha morrido assassinado? Vi crianças que cresceram ao meu redor e serem levados pelo crime. Será que por falta de estrutura familiar? Falta do apoio do Estado? Não interessa neste momento. O fato que todas as crianças necessitam de oportunidades, isto é notório que em Ribeirão das Neves não há.

Fonte de dados: www.direitoshumanos.gov.br/2010/12/08-dez-2010-indice-avalia-risco-de -morte-para-adolescentes-em-municipios-urbanos