sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A Mercantilização da arte

A indústria cultural foi o termo enfatizado por dois pensadores alemãos, Theodor Adorno e Max Horkheimer, no período conhecido como Escola de Frankfurt ou Teoria Crítica. Segundo os autores, após a Revolução Industrial ocorrida no final do século XIX e início do século XX, os meios de produção em larga escala, o desenvolvimento da imprensa e dos meios de comunicação mais abrangentes como jornal, rádio e cinema; alteraram bruscamente a vida dos indivíduos.


A arte deixou de ser produto de inspiração e se tornou atividade mercantil, a burguesia era a nova classe emergente e detentora dos maiores meios de comunicação e utilizava da indústria cultural para impor seus ideias, tendo em vista que esta cultura estava intrisecamente ligada ao modo capitalista e financeiro, ou seja, quem patrocinava a cultura era (e ainda é) a classe emergente (hoje burguesia), sobrepondo assim à cultura popular.


As afirmações acima foram inseridas para discutir a seguinte questão: até os dias atuais reflete estes pensamentos debatidos pelos pensadores alemães, haja vista a produção fonográfica atual, ou cinema e os rádios. Vendem produtos pasteurizados por um mundo globalizado, com um fim de lucratividade e não com intenção de transmitir mensagens críticas.


Parem e reflitam um pouco, que música atual veiculada pelos grandes meios de comunicação de
massa te intriga? Gera alguma discussão ou te faz reflitir sobre o mundo atual? Reparem nos programas (salvo raras exceções), eles algum dia te fizeram questionar o sistema político ou social? Se fizeram, tinham algum fim partidário, com certeza.


No cinema, verifique a maioria dos filmes (principalmente hollywoodianos), os Estados Unidos sempre salva o mundo, os terroristas são muçulmanos e o filme encerra satisfazendo o desejo do receptor, acostumado ao final feliz. É claro, que há inúmeras exceções e cabe ao receptor ter condições de filtrar todas as questões. Mas imaginem uma população desinformada e com pouca cultura que desenvolve suas opiniões através de novelas, filmes, jornais "enlatados" e programas.

A comunicação e a publicidade contribuem para formar cidadãos cada vez mais atrelados ao pensamento "burguês", dentro do pensamento iluminista que somos livres e iguais para consumir seus produtos. Volto a ressaltar ADORNO (1947): " A indústria cultural impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente, seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de bens considerados culturais".


ENTÃO VIVA A CULTURA POPULAR!


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: ADORNO, Theodor. HORKHEIMER, Max. A dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1946.

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