Segundo Milton Santos, a internet é meio que deu voz aos desfavorecidos, a outra globalização como ele cita. Aqui está minha ferramenta para debater os assuntos que considero inerentes ao nosso cotidiano como: Política,Cultura e a Sociedade de uma maneira geral.
quarta-feira, 27 de março de 2013
segunda-feira, 25 de março de 2013
Chora Pietá
Chora Pietá
O seu Cristo não resiste mais
As chagas de tiro calibre 38 perfuraram seu corpo
Que não suportam como lanças romanas
Atravessadas pelo ódio
O seu corpo mistura a chuva, sangue e barro
O mesmo barro que ele veio um dia
Te suja a pele ressacada
E mistura as lagrimas de Pietá
As chibatas de uma divida
Ainda são evidentes em seu corpo convalescido
Chora Pietá
Pois seu Cristo não resiste mais
E no terceiro dia ele não ressuscitará
Fecham as cortinas
O poste da rua está com a luz fraca da latrina
Chora Pietá.
E os noticiários argumentarão:
- A polícia acredita que a motivação para o crime seja dívida de drogas.
Torre de Babel
Os rostos se misturam aos restos
De comida, de lixo, de dinheiro,
De polícia, de pessoas.
Os rostos se diluem no concreto
Os sinos já não tocam mais
São sobrepostos pelo rugido
Do monstro de concreto
Hospedado na selva de pedra
Esse mar de gente miscigenado
Uma multidão de descontentes
Mas há os contentes também
Vitrines iluminadas decoram
E satisfazem as almas
Os olhos de babilônia vigiam seus gados
Um toten central e os arranhas céus
Convergem as pessoas na manhã
Divergem os corpos cansados a noite
Feito zumbis
Dependurados em caixas ambulantes
Ou remoídos em uma minhoca de metal
Ou talvez nos carros de passeios.
Antonio Benvindo
O grande monstro rodoviário
Uma carreta desgovernada
Desce sem freio a rodovia
Como se fosse um estrondo
Como há muitos não ouvia
Os sonhos ficaram no ferro retorcido
Como animais domesticados pouco se deram
conta do grunhido
Rodas, pneus, latas.
Tudo que se vê, não se retrata.
Pelo noticiário profetizavam:
Até a próxima tragédia!
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Ribeirão das Neves melhora no indíce de homicídios de jovens no Brasil
Três adolescentes a cada grupo de mil morrem no país antes de completar 19 anos, revela o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA). A taxa cresceu 14% de 2009 para 2010. A estimativa, se não houver queda no índice nos próximos anos, é que 36.735 jovens de 12 a 18 anos sejam mortos, possivelmente por arma de fogo, até 2016.
Calculado pelo Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o IHA passou de 2,61 mortes por grupo de mil jovens para 2,98. Os dados, referentes a municípios com mais de 100 mil habitantes, foram divulgados nesta quinta-feira(13) pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) e pela organização não governamental Observatório de Favelas, no Rio. Com base em indicadores do Ministério da Saúde de 2010, o LAV constatou que o homicídio é a principal causa de morte dos adolescentes e equivale a 45,2% do total de óbitos nessa faixa etária. Na população geral, as mortes por homicídios representam 5,1% dos casos.
O dado inclui mortes em conflito com a polícia, conhecidas como auto de resistência. Alguns fatores, como gênero e raça, aumentam a possibilidade de um jovem ser morto. Em 2010, a chance de um adolescente do sexo masculino ser assassinado era 11,5 vezes maior que a de jovens do sexo feminino. Se o indivíduo for preto ou pardo, a possibilidade aumenta quase três vezes em relação ao branco.
Realizado em 283 municípios com mais de 100 mil habitantes, a média de análise é de 2 homicídios entre cada 1.000 adolescente, 20 municípios estão com este número acima, igual ou maior a 5. Em 2006, Ribeirão das Neves apareceu na 20ª colocação, com indíce de IHA (Indíce de homicídios na adolescência) igual a 5,0 e o número de mortes esperadas pela cidade de 241 adolescentes. Em 2009, esse indíce caiu para 3,39 e número de mortes esperadas para 159 jovens. Já em 2010, último ano da pesquisa, o indíce voltou a cair, agora para 3,09, com número de mortes esperadas para 120 jovens, conforme o estudo.
Para reduzir o índice de assassinatos de adolescentes, são necessárias medidas de combate à violência letal, inclusive com controle de armas de fogo e munição, sugere o levantamento. A probabilidade de um jovem ser morto com revólver ou pistola é seis vezes maior do que a de ser morto por qualquer outro meio.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Uma polícia para ricos e outra para pobres em Belo Horizonte
A classe social determina o tipo de atendimento que a pessoa vai receber da polícia. A afirmação parte de especialistas em segurança pública e da população, que percebe a diferença na abordagem nos aglomerados e em regiões nobres da capital.
É também uma das conclusões de uma tese de doutorado feita por um professor que acompanhou, dentro e fora das viaturas, o trabalho da polícia por mais de um ano. “Os policiais veem isso de forma natural”, afirma Lúcio Alves de Barros, doutor em ciências humanas pela UFMG. Para ele, os “homens da lei” refletem um comportamento da sociedade. “A diferença é que a polícia tem poder e chega a bater e a matar”.
Estereótipo
Durante o trabalho de campo, Barros presenciou e até reproduziu essa diferenciação. “Depois de algum tempo acompanhando os policiais, passei a olhar as pessoas da mesma forma que eles, pensando em quais seriam abordadas ou não de acordo com o estereótipo do criminoso: negro, pobre e jovem”. A discriminação também existe na forma de tratar os envolvidos e na dedicação do policial para resolver o problema.
“Os moradores de aglomerados estão acostumados com policiais portando armas pesadas, fazendo abordagens constantes e levantando suspeitas infundadas. Isso não ocorre na zona sul, onde as pessoas com certeza vão reclamar e denunciar o excesso”, diz o professor.
Na pele
O vendedor Wanderson Calixto dos Santos, de 34 anos, morador da região de Venda Nova, sentiu na pele a diferença. “Apanhei durante uma abordagem policial, sem motivo. Não fazem isso com rico. Com pobre, o tratamento é outro. E pagamos os mesmos impostos”.
Em defesa do interesse e do patrimônio das elites
Nos bairros nobres, os moradores não reclamam da abordagem policial porque, ali, isso não é uma realidade. “Ninguém é parado na rua e nunca vi policiais portando armas ostensivamente”, diz a médica Elizabete Godinho. Ela vive no Belvedere, na zona Sul de BH. A disparidade nas abordagens é percebida, porém, em ocorrências diárias.
Juiz
No mês passado, dezenas de viaturas foram à casa de um juiz após o imóvel ser arrombado. O caso do comerciante do Belvedere baleado durante um assalto está sob os cuidados do Departamento de Operações Especiais (Deoesp) da Polícia Civil. “A justificativa para isso é, claramente, interesses políticos e econômicos. A polícia deveria manter a segurança de toda a população, mas prioriza ações para defender a elite”, afirma Robson Sávio, professor da PUC Minas e especialista em segurança pública.
Delegados do Deoesp informaram investigar o caso no Belvedere “por determinação da chefia”. Normalmente, um episódio assim iria para a delegacia da região onde aconteceu.
A Secretaria de Estado de Defesa Social informou que a orientação aos policiais é dar “atendimento igualitário a todos os cidadãos”.
A Secretaria de Estado de Defesa Social informou que a orientação aos policiais é dar “atendimento igualitário a todos os cidadãos”.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Brasil é o país com maior número
de homicídios do mundo
O Brasil é o país com maior número absoluto de homicídios do mundo. Em números proporcionais, também ocupa as primeiras posições do ranking. A conclusão é de uma pesquisa revelada esta semana pela Enasp (Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública), uma parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Ministério da Justiça e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
De acordo com parâmetros internacionais, se considera que um país sofre violência endêmica a partir de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes. No Brasil, a média é de 26 assassinatos por 100 mil. Em alguns estados, o índice chega a alarmantes 60 homicídios por 100 mil pessoas.
Os homicídios se alastram e com eles a impunidade, concluiu também a pesquisa. Dos 92 mil inquéritos concluídos pelas polícias do país até 2007, apenas 6% das pessoas apontadas como responsáveis pelas mortes foram levadas ao banco dos réus.
Os dados sobre homicídios dolosos (com intenção de matar) fazem parte da chamada Meta 2 da Enasp, cujo objetivo era concluir, em abril deste ano, todos os inquéritos sobre assassinatos instaurados nas delegacias do país até 31 de dezembro de 2007. No entanto, apenas 32% da meta foi atingida.
Outra revelação assustadora da pesquisa aponta que de quase 135 mil inquéritos que investigaram homicídios dolosos até o final de 2007, apenas 43 mil foram concluídos. Dos concluídos, pouco mais de 8 mil (19%) se transformaram em denúncias. O país manda para o arquivo mais de 80% desses inquéritos.
De acordo com a conselheira do CNMP Taís Ferraz, os principais motivos para o arquivamento são o não esclarecimento do crime, a prescrição e o fato de os responsáveis pelos assassinatos, apesar de identificados, já estarem mortos. "Muitos inquéritos incluídos na meta sequer tinham o laudo de exame cadavérico feito", afirmou Taís Ferraz.
As causas para a baixa solução de inquéritos são diversas e demandam uma ação conjunta dos três poderes para a sua solução. De acordo com o levantamento, 12 estados brasileiros não aumentam o quadro da Polícia Civil há mais de 10 anos. Outros oito estados não preenchem os cargos vagos da Polícia. Em 14 estados, há carência de equipamentos periciais e, em 15 unidades da Federação, as delegacias não têm estrutura adequada de trabalho. Em cinco estados, não possuem sequer acesso à internet.
Para fazer o trabalho da Meta 2, a equipe se deparou com problemas triviais, como a falta de aparato tecnológico para racionalizar o trabalho. Em muitos casos, houve a contagem manual dos inquéritos parados em delegacias e até a conclusão do levantamento, muitos estados ainda enviavam informações para atualiza os números.
O Rio de Janeiro, com 47.177 inquéritos, o Espírito Santo, com 16.148, e Minas Gerais, com 12.032, foram os Estados que apresentaram maior estoque de inquéritos sem conclusão. Amapá, Acre e Piauí, com 46, 143 e 161, respectivamente, apresentaram menor acúmulo de inquéritos compreendidos na Meta 2.
A meta seria considerada cumprida quando os estados conseguissem finalizar, pelo menos, 90% dos inquéritos abertos até 31 de dezembro de 2007. Seis estados conseguiram atingir o objetivo: Acre (100%), Roraima (99%), Piauí (98%), Maranhão (97%), Rondônia (94%) e Mato Grosso do Sul (90%).
Os estados com pior desempenho na execução da Meta 2 foram Minas Gerais (3,24%), Goiás (8,09%), Paraíba (8,83%), Espírito Santo (14%) e Alagoas (15%). O relatório analisa a situação dos estados a partir de conjunto de indicadores levantados na execução da Meta 2, incluindo propostas de monitoramento e de medidas para melhorar o desempenho.
A maior concentração de inquéritos sobre homicídios dolosos não finalizados foi identificada na região Sudeste, com 76.780 (57% do total). A menor concentração de investigações paradas estava na região Norte, com 5.400 inquéritos abertos até o fim de 2007 e ainda sem conclusão (4% do total).
O maior estoque e investigações inconclusas foi verificado no Rio de Janeiro, com 47 mil inquéritos sem finalização. Ou seja, mais de um terço de todos os inquéritos do país.
Na Meta 2, o estado que mais sucesso teve no trabalho foi o Pará, que alcançou o índice de 85% de denúncias apresentadas a partir de inquéritos abertos até o final de 2007. "São índices semelhantes aos de países como França e Reino Unido", afirmou a conselheira Taís Ferraz.
A Enasp tem cinco metas e os números apresentados nesta quarta-feira se referem apenas à Meta 2. As outras metas são eliminar a subnotificação de homicídios (Meta 1), trabalhar para que haja a pronúncia dos acusados (Meta 3), para que o julgamento ocorra (Meta 4) e o aperfeiçoamento de programas de proteção a testemunhas de vítimas (Meta 5).
Em outubro, o CNJ divulgará os números correspondentes às metas 3 e 4. O trabalho está sob a coordenação do conselheiro Bruno Dantas. Com a divulgação, será possível saber quantas das denúncias que são apresentadas chegam ao final, com a pronúncia dos réus e o julgamento dos casos.
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